sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Um calor quentinho...

O novo ano já chegou. As festas já terminaram. E tudo retoma ao seu lugar.
Os pobres continuam pobres, os parvos continuam parvos, os corruptos continuam corruptos, os ricos continuam ricos, os amigos continuam amigos. Tudo exactamente na mesma.
Porquê então esta euforia das festas?
Porque se desejam a todos votos de Feliz Natal e Bom Ano Novo, se nada fazemos para que esses desejos se realizem?
Isso sempre me fez imensa confusão. Trocam-se presentes, dão-se beijos inclusivé a desconhecidos, deseja-se tudo de bom a tudo e a todos, até àqueles que nunca vimos antes e nunca mais voltaremos a ver, tomamos um sem numero de atitudesque depois,vistas mais friamente, terão alguma justificação?
Se têm, porque não beijamos todos os dias os desconhecidos com quem nos cruzamos? Será que só num dia do ano eles merecem a nossa atenção? Será que só num único dia do ano esses desconhecidos merecem que nos preocupemos com eles? E todos os outros dias? Onde estarão essas pessoas? Morreram? Foram despedidas dos empregos? Estarão com alguma doença terminal? Serão efectivamente felizes?
São estar formas de estar, que a sociedade criou para se redimir das injustiças, do egoismo e da falta de interesse pelos outros, que me fizeram sempre desconfiar e evitar estas festividades.
Por isso, aos meus filhos e aos meus amigos, desejo hoje e todos os dias, muitas felicidades.