O novo ano já chegou. As festas já terminaram. E tudo retoma ao seu lugar.
Os pobres continuam pobres, os parvos continuam parvos, os corruptos continuam corruptos, os ricos continuam ricos, os amigos continuam amigos. Tudo exactamente na mesma.
Porquê então esta euforia das festas?
Porque se desejam a todos votos de Feliz Natal e Bom Ano Novo, se nada fazemos para que esses desejos se realizem?
Isso sempre me fez imensa confusão. Trocam-se presentes, dão-se beijos inclusivé a desconhecidos, deseja-se tudo de bom a tudo e a todos, até àqueles que nunca vimos antes e nunca mais voltaremos a ver, tomamos um sem numero de atitudesque depois,vistas mais friamente, terão alguma justificação?
Se têm, porque não beijamos todos os dias os desconhecidos com quem nos cruzamos? Será que só num dia do ano eles merecem a nossa atenção? Será que só num único dia do ano esses desconhecidos merecem que nos preocupemos com eles? E todos os outros dias? Onde estarão essas pessoas? Morreram? Foram despedidas dos empregos? Estarão com alguma doença terminal? Serão efectivamente felizes?
São estar formas de estar, que a sociedade criou para se redimir das injustiças, do egoismo e da falta de interesse pelos outros, que me fizeram sempre desconfiar e evitar estas festividades.
Por isso, aos meus filhos e aos meus amigos, desejo hoje e todos os dias, muitas felicidades.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Não morri....lol
Só desapareci por uns tempos.
Nada de grave. Simples preguiça, agudizada pelas férias. Perdi-lhe o ritmo e pumba...evaporei-me.
Também, nada de interessante se passa neste cantinho à beira-mar plantado. Aliás, passa-se muita coisa, mas tudo tão mau, que não pretendo ser o eco do Correio da Manhã. Deus me livre e guarde. E a minha filhota acabava comigo. Sim, pois ela tem uma relação estranha com esse jornal, assim do tipo do Harry Potter com o Lord Valdemort...aquele de quem não se diz o nome...lol
Gostava de escrever sobre coisas bonitas, sei lá, sobre crianças que não fossem violadas, sobre homens que não fossem pedófilos, sobre estrangeiros que não fossem bandidos, sobre hospitais que funcionassem bem, sobre políticos que não fossem corruptos nem mentirosos, sobre polícias que protegessem os cidadãos, sobre escolas que ensinassem os alunos, sobre pais que educassem os seus filhos, sobre televisões com programas bons, sobre..., sobre....
Ai, como eu estou. Se tivesse dinheiro, comprava bilhete numa dessas naves espaciais que agora andam para aí a passear os milionários e ia para Marte. Hummm... Marte é muito perto da Terra para poder ser bom. Acho que ia para Urano. Talvez lá se encontre um Mundo como deve ser.
Nada de grave. Simples preguiça, agudizada pelas férias. Perdi-lhe o ritmo e pumba...evaporei-me.
Também, nada de interessante se passa neste cantinho à beira-mar plantado. Aliás, passa-se muita coisa, mas tudo tão mau, que não pretendo ser o eco do Correio da Manhã. Deus me livre e guarde. E a minha filhota acabava comigo. Sim, pois ela tem uma relação estranha com esse jornal, assim do tipo do Harry Potter com o Lord Valdemort...aquele de quem não se diz o nome...lol
Gostava de escrever sobre coisas bonitas, sei lá, sobre crianças que não fossem violadas, sobre homens que não fossem pedófilos, sobre estrangeiros que não fossem bandidos, sobre hospitais que funcionassem bem, sobre políticos que não fossem corruptos nem mentirosos, sobre polícias que protegessem os cidadãos, sobre escolas que ensinassem os alunos, sobre pais que educassem os seus filhos, sobre televisões com programas bons, sobre..., sobre....
Ai, como eu estou. Se tivesse dinheiro, comprava bilhete numa dessas naves espaciais que agora andam para aí a passear os milionários e ia para Marte. Hummm... Marte é muito perto da Terra para poder ser bom. Acho que ia para Urano. Talvez lá se encontre um Mundo como deve ser.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Estou que não posso!
Esta semana foi terrível.
Primeiro foi o Nando. A emoção da despedida. As muitas conversas até altas horas sobre a decisão difícil que tomou.
Saíu o Nando, veio a Cila. Com a Cila, veio a Vera e o Rui Pedro. Mais dois dias de conversas e palermices. Sábado à noite conseguimos ser despedidas de dois bares, imagine-se!
Hoje, estou como hei-de ir.
E por isso vou dormir
Primeiro foi o Nando. A emoção da despedida. As muitas conversas até altas horas sobre a decisão difícil que tomou.
Saíu o Nando, veio a Cila. Com a Cila, veio a Vera e o Rui Pedro. Mais dois dias de conversas e palermices. Sábado à noite conseguimos ser despedidas de dois bares, imagine-se!
Hoje, estou como hei-de ir.
E por isso vou dormir
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Estou a lembrar-me
Do primeiro Natal que passei sozinha.
Empolgada com o novo País, o meu País, que iria nascer, regressei a Moçambique em Setembro de 1974, deixando para trás os meus pais e a minha matrícula na Faculdade de Direito de Lisboa.
Na altura eu achava mesmo que o chamamento era só esse. Vêr o meu País com uma roupagem nova, diferente e digna.
Hoje, percebo que foram muito mais coisas que me chamaram: uma forma de viver colorida e descontraida, os tempêros das comidas, o cheiro da terra humida, o Sol acolhedor e fiel, a música sensual, as paisagens agrestes e perigosas, as mamanas com os filhos às costas, as capulanas multicolores, a cidade desenhada a régua e esquadro, as acácias e jacarandás que nos protegiam nos dias mais quentes e emprestavam um cheiro e um colorido inegualável, a Inhaca e a Xefina recortadas no horizonte, as praias da minha baía com as suas águas quentes que todos os dias me acariciavam o corpo, a História por escrever daqueles povos sofridos, os macacos da marginal que vinham comer à mão, as jangadas dos pescadores poisadas suavemente na praia ao final da tarde, as cabecitas das meninas cheias de trancinhas, os machimbombos vermelhos e barulhentos, a diversidade humana de uma cidade que dava guarida a diferentes culturas, as missangas e pulseiras do Xipamanine, a nossa maneira de falar, os chuingas, os zipes, o tátá, o ya, o maningue, as maçarocas assadas na rua...
Voltei e, sem família e com os amigos nas suas terras de origem (Nampula, Beira, Vila Pery, Quelimane) chegou o Natal. A belíssima Ponta do Ouro tomou conta de mim nesses dias de solidão. No mar batido por ondas altíssimas, na pequena baía serena e tranquila, nas rochas pejadas de pequenos lagos e no areal interminável passei os dias da minha viragem. Nesses dias percebi que, apesar de só, estava na minha terra. A terra que me permitiu crescer liberta e saudável, que me forneceu um manancial de vivências tão particulares que só ela as entenderia.
Os anos foram passando. As responsabilidades familiares apareceram. E com elas a minha vinda para Portugal.
Mágoas? Muitas, claro. A vida veste muitas vezes roupagens assustadores.
Arrependimentos? Só um. O de ter vindo.
Nunca o de ter voltado!
Empolgada com o novo País, o meu País, que iria nascer, regressei a Moçambique em Setembro de 1974, deixando para trás os meus pais e a minha matrícula na Faculdade de Direito de Lisboa.
Na altura eu achava mesmo que o chamamento era só esse. Vêr o meu País com uma roupagem nova, diferente e digna.
Hoje, percebo que foram muito mais coisas que me chamaram: uma forma de viver colorida e descontraida, os tempêros das comidas, o cheiro da terra humida, o Sol acolhedor e fiel, a música sensual, as paisagens agrestes e perigosas, as mamanas com os filhos às costas, as capulanas multicolores, a cidade desenhada a régua e esquadro, as acácias e jacarandás que nos protegiam nos dias mais quentes e emprestavam um cheiro e um colorido inegualável, a Inhaca e a Xefina recortadas no horizonte, as praias da minha baía com as suas águas quentes que todos os dias me acariciavam o corpo, a História por escrever daqueles povos sofridos, os macacos da marginal que vinham comer à mão, as jangadas dos pescadores poisadas suavemente na praia ao final da tarde, as cabecitas das meninas cheias de trancinhas, os machimbombos vermelhos e barulhentos, a diversidade humana de uma cidade que dava guarida a diferentes culturas, as missangas e pulseiras do Xipamanine, a nossa maneira de falar, os chuingas, os zipes, o tátá, o ya, o maningue, as maçarocas assadas na rua...
Voltei e, sem família e com os amigos nas suas terras de origem (Nampula, Beira, Vila Pery, Quelimane) chegou o Natal. A belíssima Ponta do Ouro tomou conta de mim nesses dias de solidão. No mar batido por ondas altíssimas, na pequena baía serena e tranquila, nas rochas pejadas de pequenos lagos e no areal interminável passei os dias da minha viragem. Nesses dias percebi que, apesar de só, estava na minha terra. A terra que me permitiu crescer liberta e saudável, que me forneceu um manancial de vivências tão particulares que só ela as entenderia.
Os anos foram passando. As responsabilidades familiares apareceram. E com elas a minha vinda para Portugal.
Mágoas? Muitas, claro. A vida veste muitas vezes roupagens assustadores.
Arrependimentos? Só um. O de ter vindo.
Nunca o de ter voltado!
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Força de Elite
Fui hoje ao cinema.
No Cascais Shopping, que horror! As salas são feias, metidas quase que no meio da confusão e
não se pode fumar no intervalo. Ir ao cinema, já não é o que era.
O filme. Pois é. Sem as intelectualidades de imagem e linguagem dos nossos tão doutos cineastas portuguêses, os brasileiros estão a fazer filmes de muita qualidade. Imagem óptima (vou continuar a escrever assim, apesar do acordo), um som sem reparos e um tema muito actual ainda que violento. Mas não vivemos nós num mundo violento?
Eu gostei muito. Gostava de poder dizer o mesmo em relação aos filmes portuguêses que tenho visto.
No Cascais Shopping, que horror! As salas são feias, metidas quase que no meio da confusão e
não se pode fumar no intervalo. Ir ao cinema, já não é o que era.
O filme. Pois é. Sem as intelectualidades de imagem e linguagem dos nossos tão doutos cineastas portuguêses, os brasileiros estão a fazer filmes de muita qualidade. Imagem óptima (vou continuar a escrever assim, apesar do acordo), um som sem reparos e um tema muito actual ainda que violento. Mas não vivemos nós num mundo violento?
Eu gostei muito. Gostava de poder dizer o mesmo em relação aos filmes portuguêses que tenho visto.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Não gosto de Woody Allen
Grande sacrilégio que eu estou a dizer.
A intelectualidade vai-me cair em cima. Só não cai porque nem sequer passam por aqui. Thank God!
Não gosto do humor deprimente dele. Não gosto da cara dele. Não gosto das mensagens que transmite. E também não gosto da vida pessoal dele. É um porco!
Porque me lembrei disto? Sei lá! É tarde, tenho sono e esta conjunção de factores arrasta sempre consigo um ataque de estupidez. Mas não é só por isso, é mesmo porque não gosto e apateceu-me partilhar este meu sublime pensamento com o mundo.
A intelectualidade vai-me cair em cima. Só não cai porque nem sequer passam por aqui. Thank God!
Não gosto do humor deprimente dele. Não gosto da cara dele. Não gosto das mensagens que transmite. E também não gosto da vida pessoal dele. É um porco!
Porque me lembrei disto? Sei lá! É tarde, tenho sono e esta conjunção de factores arrasta sempre consigo um ataque de estupidez. Mas não é só por isso, é mesmo porque não gosto e apateceu-me partilhar este meu sublime pensamento com o mundo.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Pois é
Agora já aprendi a mexer um pouquito nisto. Até tem a sua piada. Que pena ser tão tarde e amanha ter de sair. Agora ficava por aqui até as quinhentas...mas não posso. Ainda caio em cima do teclado. Isso vai ficar para quando regressar, cheia de energia e vigor. Ai que nem posso dizer esta palavra que me apetece logo uma daquelas garrafinhas bem gelada. Mas onde vou a garrafinha a esta hora? Lá vou ter de beber uma coca-cola. Vai um traguito?
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