Esta semana foi terrível.
Primeiro foi o Nando. A emoção da despedida. As muitas conversas até altas horas sobre a decisão difícil que tomou.
Saíu o Nando, veio a Cila. Com a Cila, veio a Vera e o Rui Pedro. Mais dois dias de conversas e palermices. Sábado à noite conseguimos ser despedidas de dois bares, imagine-se!
Hoje, estou como hei-de ir.
E por isso vou dormir
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Estou a lembrar-me
Do primeiro Natal que passei sozinha.
Empolgada com o novo País, o meu País, que iria nascer, regressei a Moçambique em Setembro de 1974, deixando para trás os meus pais e a minha matrícula na Faculdade de Direito de Lisboa.
Na altura eu achava mesmo que o chamamento era só esse. Vêr o meu País com uma roupagem nova, diferente e digna.
Hoje, percebo que foram muito mais coisas que me chamaram: uma forma de viver colorida e descontraida, os tempêros das comidas, o cheiro da terra humida, o Sol acolhedor e fiel, a música sensual, as paisagens agrestes e perigosas, as mamanas com os filhos às costas, as capulanas multicolores, a cidade desenhada a régua e esquadro, as acácias e jacarandás que nos protegiam nos dias mais quentes e emprestavam um cheiro e um colorido inegualável, a Inhaca e a Xefina recortadas no horizonte, as praias da minha baía com as suas águas quentes que todos os dias me acariciavam o corpo, a História por escrever daqueles povos sofridos, os macacos da marginal que vinham comer à mão, as jangadas dos pescadores poisadas suavemente na praia ao final da tarde, as cabecitas das meninas cheias de trancinhas, os machimbombos vermelhos e barulhentos, a diversidade humana de uma cidade que dava guarida a diferentes culturas, as missangas e pulseiras do Xipamanine, a nossa maneira de falar, os chuingas, os zipes, o tátá, o ya, o maningue, as maçarocas assadas na rua...
Voltei e, sem família e com os amigos nas suas terras de origem (Nampula, Beira, Vila Pery, Quelimane) chegou o Natal. A belíssima Ponta do Ouro tomou conta de mim nesses dias de solidão. No mar batido por ondas altíssimas, na pequena baía serena e tranquila, nas rochas pejadas de pequenos lagos e no areal interminável passei os dias da minha viragem. Nesses dias percebi que, apesar de só, estava na minha terra. A terra que me permitiu crescer liberta e saudável, que me forneceu um manancial de vivências tão particulares que só ela as entenderia.
Os anos foram passando. As responsabilidades familiares apareceram. E com elas a minha vinda para Portugal.
Mágoas? Muitas, claro. A vida veste muitas vezes roupagens assustadores.
Arrependimentos? Só um. O de ter vindo.
Nunca o de ter voltado!
Empolgada com o novo País, o meu País, que iria nascer, regressei a Moçambique em Setembro de 1974, deixando para trás os meus pais e a minha matrícula na Faculdade de Direito de Lisboa.
Na altura eu achava mesmo que o chamamento era só esse. Vêr o meu País com uma roupagem nova, diferente e digna.
Hoje, percebo que foram muito mais coisas que me chamaram: uma forma de viver colorida e descontraida, os tempêros das comidas, o cheiro da terra humida, o Sol acolhedor e fiel, a música sensual, as paisagens agrestes e perigosas, as mamanas com os filhos às costas, as capulanas multicolores, a cidade desenhada a régua e esquadro, as acácias e jacarandás que nos protegiam nos dias mais quentes e emprestavam um cheiro e um colorido inegualável, a Inhaca e a Xefina recortadas no horizonte, as praias da minha baía com as suas águas quentes que todos os dias me acariciavam o corpo, a História por escrever daqueles povos sofridos, os macacos da marginal que vinham comer à mão, as jangadas dos pescadores poisadas suavemente na praia ao final da tarde, as cabecitas das meninas cheias de trancinhas, os machimbombos vermelhos e barulhentos, a diversidade humana de uma cidade que dava guarida a diferentes culturas, as missangas e pulseiras do Xipamanine, a nossa maneira de falar, os chuingas, os zipes, o tátá, o ya, o maningue, as maçarocas assadas na rua...
Voltei e, sem família e com os amigos nas suas terras de origem (Nampula, Beira, Vila Pery, Quelimane) chegou o Natal. A belíssima Ponta do Ouro tomou conta de mim nesses dias de solidão. No mar batido por ondas altíssimas, na pequena baía serena e tranquila, nas rochas pejadas de pequenos lagos e no areal interminável passei os dias da minha viragem. Nesses dias percebi que, apesar de só, estava na minha terra. A terra que me permitiu crescer liberta e saudável, que me forneceu um manancial de vivências tão particulares que só ela as entenderia.
Os anos foram passando. As responsabilidades familiares apareceram. E com elas a minha vinda para Portugal.
Mágoas? Muitas, claro. A vida veste muitas vezes roupagens assustadores.
Arrependimentos? Só um. O de ter vindo.
Nunca o de ter voltado!
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Força de Elite
Fui hoje ao cinema.
No Cascais Shopping, que horror! As salas são feias, metidas quase que no meio da confusão e
não se pode fumar no intervalo. Ir ao cinema, já não é o que era.
O filme. Pois é. Sem as intelectualidades de imagem e linguagem dos nossos tão doutos cineastas portuguêses, os brasileiros estão a fazer filmes de muita qualidade. Imagem óptima (vou continuar a escrever assim, apesar do acordo), um som sem reparos e um tema muito actual ainda que violento. Mas não vivemos nós num mundo violento?
Eu gostei muito. Gostava de poder dizer o mesmo em relação aos filmes portuguêses que tenho visto.
No Cascais Shopping, que horror! As salas são feias, metidas quase que no meio da confusão e
não se pode fumar no intervalo. Ir ao cinema, já não é o que era.
O filme. Pois é. Sem as intelectualidades de imagem e linguagem dos nossos tão doutos cineastas portuguêses, os brasileiros estão a fazer filmes de muita qualidade. Imagem óptima (vou continuar a escrever assim, apesar do acordo), um som sem reparos e um tema muito actual ainda que violento. Mas não vivemos nós num mundo violento?
Eu gostei muito. Gostava de poder dizer o mesmo em relação aos filmes portuguêses que tenho visto.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Não gosto de Woody Allen
Grande sacrilégio que eu estou a dizer.
A intelectualidade vai-me cair em cima. Só não cai porque nem sequer passam por aqui. Thank God!
Não gosto do humor deprimente dele. Não gosto da cara dele. Não gosto das mensagens que transmite. E também não gosto da vida pessoal dele. É um porco!
Porque me lembrei disto? Sei lá! É tarde, tenho sono e esta conjunção de factores arrasta sempre consigo um ataque de estupidez. Mas não é só por isso, é mesmo porque não gosto e apateceu-me partilhar este meu sublime pensamento com o mundo.
A intelectualidade vai-me cair em cima. Só não cai porque nem sequer passam por aqui. Thank God!
Não gosto do humor deprimente dele. Não gosto da cara dele. Não gosto das mensagens que transmite. E também não gosto da vida pessoal dele. É um porco!
Porque me lembrei disto? Sei lá! É tarde, tenho sono e esta conjunção de factores arrasta sempre consigo um ataque de estupidez. Mas não é só por isso, é mesmo porque não gosto e apateceu-me partilhar este meu sublime pensamento com o mundo.
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